7.7.09

Ainda…o Diploma que vale..Comunicação, Spinoza e a livre escravidão


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O diploma que vale e que defendemos sempre foi este: formação em Comunicação, seja dentro das Universidades ou fora delas, nas redes sociais e escolas livres.

Comunicação, jornalismo e todas as demais habilitações: cinema, audiovisual, novas midias, publicidade, radio e televisão, produção editorial, etc. formam um campo estratégico e em expansão no Brasil e no mundo todo.

A precarização e desorganização incide em todo o mundo do trabalho, não é uma questão de campo, o fim do diploma apenas indica o que já é realidade e exigência: inventar novas formas de lutas e organização dos precários da Comunicação.

Acompanhamos na Universidade as condições dos estágios e a batalha por ocupação/atividade. Os níveis de exigência na formação são cada vez maiores.

O “diploma” sozinho não assegura nada para os que chamei dos “peões diplomados”, estudantes que tiveram formação ruim ou não souberam/puderam explorar ao máximo as oportunidades dentro (e fora) das próprias Universidades.

Além da graduação, as empresas e o mercado exigem cada vez mais formação: pós-Graduação, mestrado, doutorado

Os argumentos que defendiam a “reserva de mercado” para uma só categoria do campo e os que acham que (com o fim da exigência de diploma) sua formação foi “jogada no lixo” cometem erros básicos de avaliação ao subestimar a importância da formação universitária hoje no Brasil (que não garante mais “emprego”, mas “qualificação”, campo de atuação e “ocupações”) quanto superestimam o ensino “técnico/especializado” (do jornalismo tradicional, do “que, quem, onde…”).

Ao invés da choradeira corporativa (os argumentos usados pelo STF eram ruins, sabemos) o que interessa é a re-configuração e fortalecimento do campo da Comunicação, para os que estão dentro e principalmente para os que estão FORA da Universidade.

Quem está “fora” quer entrar e quem está “dentro” das Universidades, das políticas públicas de educação, formação, tem obrigação de “abrir”, pensar uma OUTRA universidade, uma wiki-universidade que incorpore as competências e saberes dos Não-especialistas, a maior força política do capitalismo do conhecimento.

Essa é a revolução em curso! É bastante concreta, está aqui, nas redes, onde milhões de não-especialistas produzem conhecimento (com ou sem formação). Não tem nada de abstrata, não tem nada de “idealista” e apenas reforça ainda mais a importância de uma profunda transformação nas Universidades e a incorporação dos saberes desengessados

Estranho e triste é ver jovens que acham que só podem ter direitos “adquiridos” com “diploma” e carteira assinada e dentro da relação patrão/empregado. Ou seja, acham que a única luta que vale a pena é , como diria Spinoza, a luta pela sua própria “escravidão”.

Como disse e volto a repetir: a briga, a luta é, e sempre, foi por autonomia e liberdade, livre de patrões e de corporações assujeitantes e por “direitos” que não estejam atrelados a velhas e novas formas de escravidão. A precariedade é melhor ou pior que o “assalariamento”? Não se trata de escolher o que seria menos pior em cada uma dessas condições. A “carteira assinada”e os direitos trabalhistas, importantissimos historicamente, foram a resposta para dar conta de um sistema fabril, de um tipo de capitalismo, hoje em mutação e que desmorona/faz crise no mundo inteiro.

As forças livres (frágeis, sem direitos, sem seguridade, nômades globais, precários, imigrantes, periféricos, doutores ou favelados) do precariado são a nova classe, grupo, força no capitalismo contemporâneo. São novos direitos, novas lutas….Não tem volta!

Em resposta e com todo respeito aos que ainda estão chorando (e postando) contra o fim da exigência do diploma em http://migre.me/2rtw